Seg, 12/05/2008 - 08:49
A concelhia considera que o endividamento está a aumentar de forma assustadora desde 2004.Actualmente, a câmara já deve cerca de 12 milhões de euros, ultrapassando o limite máximo permitido. Eduardo Tavares, o presidente da concelhia socialista refere que “ o endividamento total da câmara é de cerca de 12 milhões de euros”. “Estamos a falar de uma câmara que recebe por ano do Estado cerca de cinco milhões de euros e dessa verba temos que retirar mais do que metade para despesa correntes e para salários funcionários da câmara, restam apenas 2 milhões de euros para investimento”, sublinha o presidente da concelhia socialista. O PS revela que o Ministério das Finanças não autorizou um empréstimo que a câmara de Alfândega queria fazer para pagar algumas obras no concelho por não ter reduzido 10% nas despesas correntes. Eduardo Tavares dá mesmo um exemplo do que considera ser o despesismo da autarquia. “A câmara municipal tinha ideias de reestruturar o antigo edifício da escola primária para passar para esse local os passos do concelho”, diz Eduardo Tavares acrescentando que “para o efeito a autarquia mandou fazer um projecto a uma empresa de arquitectura que custou cerca de 90 mil euros”. “Devido a esta situação financeira, a câmara já veio dizer que não vai fazer essas obras, mas fazer apenas alguns melhoramentos, a autarquia gastou quase 90 mil euros num projecto que vai para a gaveta”, conclui Eduardo Tavares. Os socialistas consideram que para resolver este problema a autarquia podia candidatar-se ao programa “Pagar a tempo e horas” lançado pelo Governo. David Neno, vereador do PS na câmara de Alfândega afirma que “a câmara de Alfândega poderia recorrer a esse projecto e fazer uma gestão mais equilibrada”. O PS critica ainda o facto de há sete anos a autarquia dever pouco mais de meio milhão de euros e agora haver 12 milhões para pagar.O presidente da câmara de Alfândega da Fé responde que a autarquia não tem condições para se candidatar ao programa “Pagar a tempo e horas”. “Vamos obviamente solicitar um outro financiamento”, garante o autarca afirmando ainda que “as sugestões do partido socialista pecam um pouco por não ter as informações que deveriam ter”. “Neste momento é nos impossível, não temos enquadramento legal, poderemos ter noutro mas não nesse”, conclui o presidente da câmara de Alfândega da Fé. Em relação ao empréstimo não aprovado, João Carlos Figueiredo critica o Ministério das Finanças pela dualidade de critérios. “O ministério das finanças terminou-nos o abaixamento de endividamento de 10% no dia 28 de Dezembro de 2007, dizendo-nos que nesse ano teríamos que baixar 10%, evidentemente que não é possível baixar 10% em dois dias”, assinala o autarca, garantindo que “recentemente o mesmo ministério, já autorizou a ir à banca para comparticipar a banda larga que foi lançada há dois dias”. A resposta do autarca de Alfândega às criticas da concelhia socialista.